Há tempos não lia um romance tão envolvente. Esse é daquelas leituras que você não consegue parar antes do final. A autora Cecília Wierschcovich (ai,ai,ai... não tenho onde conferir se coloquei todas as consoantes no lugar certo...) é a mesma de A casa das Sete Mulheres. Gaúcha, por sinal. E, vejam, não saí atrás dele. Chegou-me em casa pelas mãos de uma amiga que suspeitou que eu gostaria de lê-lo. Valeu, Nairana!Após mais de 20 anos da morte (suicídio) do pintor Marco Belluci, sua esposa, Amapola, procura um marchand para avaliar as telas deixadas por ele, intocadas em caixas no sótão da casa.
Ao dar à luz cada uma das telas, o marchand faz a grande descoberta: atrás de cada óleo sobre tela, o artista escreve os capítulos de sua trágica história. Sua infância na Itália; sua vinda para o Brasil; sua paixão por Amapola; a perversa influência de Antônia, a sogra, na vida dos dois, até o dia do suicídio.
Ao final uma revelação jamais suspeitada pelo leitor, para entender tamanha angústia de Marco Belluci, a ponto de levá-lo ao suicídio.
A linguagem, as personagens, a atmosfera, o cenário, tudo muito mágico e misterioso. Uma história sensacional, como poucas.
29.10.07
O pintor que escrevia
14.9.07
O MONSTRO QUE NOS PERSEGUE
Há muito que esta questão está me incomodando.
Vou ao Correio e lá está ela. Entro na fila do Banco e ela continua sua perseguição. Vou ao super mercado da cooperativa com espaço para um lanche e dou de cara com ela. No consultório do cardiologista ela me espera com a pior das programações. Chego no laboratório para realizar exames e, outra vez, sou recepcionada por ela.
Há poucas semanas, acompanhando um familiar em hospital, o bombardeio foi insuportável. Havia várias salas de espera, algumas com mais de um aparelho, exibindo programas diferentes. Observei as pessoas e bem poucas prestavam atenção ao que passava na tela.Uns tentavam ler seu jornal ou sua revista, como eu, outros tentavam conversar, outros cochilavam.
Comecei a caminhar de um espaço para outro a procura de um lugar, onde pudesse ler em silêncio. Perguntei às enfermeiras se havia um cantinho sem TV, naquele enorme hospital e a resposta foi negativa.
Existe uma ditadura, uma imposição da TV às pessoas. E o pior é que sempre está ligada no mesmo canal, aquele que detém o monopólio de tudo e que fica fazendo auto elogio e a publicidade de sua programação o tempo todo. A insistência do "assista, assista, não perca..." é extremamente estressante. E dá-lhe novela e mais novela (gritaria total) e filmezinhos repetidos centenas de vezes, mas sempre "inéditos".
O aparelho de TV em alguns lugares até poderia ser interessante, contanto que a programação fosse um pouco mais inteligente. Um DVD de música, um documentário sobre a natureza, uma entrevista sobre assunto de interesse geral como saúde, qualidade de vida, literatura etc.
E se houvesse mais de um espaço, se poderia oferecer opções diferentes para cada espaço e não sitonizar todas no mesmo e saturado canal com sua repetitiva programação.
Na verdade isso desmerece a inteligência das pessoas e não contribui em nada para melhorar o nível cultural da nossa população. É preciso deixar espaço para as pessoas arejarem o cérebro. Quando estão em casa, já entregam a maior parte do seu tempo à TV. Mas não é necessário sermos obrigados a entregar cada minuto de nosso dia ao domínio deste monstro.
Vou ao Correio e lá está ela. Entro na fila do Banco e ela continua sua perseguição. Vou ao super mercado da cooperativa com espaço para um lanche e dou de cara com ela. No consultório do cardiologista ela me espera com a pior das programações. Chego no laboratório para realizar exames e, outra vez, sou recepcionada por ela.
Há poucas semanas, acompanhando um familiar em hospital, o bombardeio foi insuportável. Havia várias salas de espera, algumas com mais de um aparelho, exibindo programas diferentes. Observei as pessoas e bem poucas prestavam atenção ao que passava na tela.Uns tentavam ler seu jornal ou sua revista, como eu, outros tentavam conversar, outros cochilavam.
Comecei a caminhar de um espaço para outro a procura de um lugar, onde pudesse ler em silêncio. Perguntei às enfermeiras se havia um cantinho sem TV, naquele enorme hospital e a resposta foi negativa.
Existe uma ditadura, uma imposição da TV às pessoas. E o pior é que sempre está ligada no mesmo canal, aquele que detém o monopólio de tudo e que fica fazendo auto elogio e a publicidade de sua programação o tempo todo. A insistência do "assista, assista, não perca..." é extremamente estressante. E dá-lhe novela e mais novela (gritaria total) e filmezinhos repetidos centenas de vezes, mas sempre "inéditos".
O aparelho de TV em alguns lugares até poderia ser interessante, contanto que a programação fosse um pouco mais inteligente. Um DVD de música, um documentário sobre a natureza, uma entrevista sobre assunto de interesse geral como saúde, qualidade de vida, literatura etc.
E se houvesse mais de um espaço, se poderia oferecer opções diferentes para cada espaço e não sitonizar todas no mesmo e saturado canal com sua repetitiva programação.
Na verdade isso desmerece a inteligência das pessoas e não contribui em nada para melhorar o nível cultural da nossa população. É preciso deixar espaço para as pessoas arejarem o cérebro. Quando estão em casa, já entregam a maior parte do seu tempo à TV. Mas não é necessário sermos obrigados a entregar cada minuto de nosso dia ao domínio deste monstro.
17.2.07
Leitura de férias
Desta vez o tiro foi certeiro. Vasculhava minha estante em busca de algum romance ainda não lido. Mirei em Sir Arthur Conan Doyle (1859-1930), UM ESTUDO EM VERMELHO, e acertei em cheio. Recebera este livro, há alguns anos, da Editora como cortesia. Bons tempos aqueles! A tradução é de Lígia Cadermatori, e isso já me deu confiança.
Este é o 1° título do autor inglês, escrito em 1887, no qual criou seu famoso personagem Sherlock Holmes e seu fiel ajudante, meu caro Watson, que se constitui no narrador. Este foi o 1° de uma série de 56 contos. Conan, que era médico (mais um!), exerceu a profissão por apenas 8 anos. Depois do sucesso do seu primeiro livro passou a dedicar-se só à literatura.
O livro é apaixonante e adorei saber como nasceu o famoso detetive da Baker Street.
Enquanto lia Um Estudo em Vermelho, consegui me senti realmente em férias. Valeu, Sir!
Mesmo para quem não curte muito o romance policial, este é uma obra prima que vale a pena conhecer.
O livro faz parte da coleção Escarlate da Editora FTD, de 1990.
Este é o 1° título do autor inglês, escrito em 1887, no qual criou seu famoso personagem Sherlock Holmes e seu fiel ajudante, meu caro Watson, que se constitui no narrador. Este foi o 1° de uma série de 56 contos. Conan, que era médico (mais um!), exerceu a profissão por apenas 8 anos. Depois do sucesso do seu primeiro livro passou a dedicar-se só à literatura.
O livro é apaixonante e adorei saber como nasceu o famoso detetive da Baker Street.
Enquanto lia Um Estudo em Vermelho, consegui me senti realmente em férias. Valeu, Sir!
Mesmo para quem não curte muito o romance policial, este é uma obra prima que vale a pena conhecer.
O livro faz parte da coleção Escarlate da Editora FTD, de 1990.
5.2.07
O Culto da Emoção
Múltiplas Leituras
Normalmente, leio vários livros ao mesmo tempo. Pega um, larga, pega outro. e nesse vai-e-vem, num determinado momento, um acaba se impondo sobre os outros. Então, este será lido, com exclusividade, até o fim.
Isso é o que está acontecendo com O CULTO DA EMOÇÃO de Michel Lacroix (José Olympio). Este venceu a concorrência com vários outros como Quando eu voltar a ser criança, Textos e pretextos sobre a arte de contar histórias(Celso sisto) e Batismo de Fogo (Mario Vargas Llosa), dentre outros.
Lacroix foi me conquistando pela importância e atualidade do tema. O livro trata de um contradição da nossa época: ao mesmo tempo em que buscamos colocar mais emoção em tudo que fazemos, paradoxalmente, estamos nos tornando cada vez mais insensíveis. Fala da emoção-choque que sai em busca de mais e mais adrenalina: filmes violentos, esportes radicais, músicas agressivas, visual agressivo, em contraposição à emoção-contemplação ou emoção-sentimento. A primeira se caracteriza pelo grito. a segunda pelo suspiro. A primeira se dá num golpe. a segunda é calmamente saboreada. "A emoção-choque constitui o encanto da vida frenética, mas pouco profunda". A emoção-contemplação contitui uma porta de entrada para as profundezas do eu, transforma a pessoa, enriquece sua alma. Há uma valorização excessiva de emoções-choque e um déficit de emoção-sentimento. Os impactos repetidos colocam o sujeito num estado de dopagem e embotam a sensibilidade. É a "síndrome da perda da sensibilidade" que leva à falta de atenção, à predominância de emoções negativas, à alienação, ao empobrecimento da vida interior, da subjetividade.
Como proposta para educar nossa sensibilidade adoecida, propõe a corrente de uma emoção contemplativa a partir da disponibilidade e da admiração.
Por disponibilidade entende adotar uma atitude de acolhimento diante dos seres e das coisas. Abrir-se para a experiência externa, o que impediria o homem de se encerrar em si mesmo.
Por admiração entende nossa capacidade de nos fazer vibrar por algo mais elevado, um objeto que está fora e acima de nós. A "admiração compartilhada" une os indivíduos e reforça o vínculo social e espiritual.
Um dos maiores desafios da nossa época é, portanto, educar nosa sensibilidade e aprender a diferenciar as emoções que nos degradam daquelas que nos elevam. Recuperar nossa capacidade de vibrar diante do que é natural e belo. Enfim, despertar o poeta que dormita dentro de cada um de nós.
Essa é uma leitura que provoca um longo suspiro ao final.
Normalmente, leio vários livros ao mesmo tempo. Pega um, larga, pega outro. e nesse vai-e-vem, num determinado momento, um acaba se impondo sobre os outros. Então, este será lido, com exclusividade, até o fim.
Isso é o que está acontecendo com O CULTO DA EMOÇÃO de Michel Lacroix (José Olympio). Este venceu a concorrência com vários outros como Quando eu voltar a ser criança, Textos e pretextos sobre a arte de contar histórias(Celso sisto) e Batismo de Fogo (Mario Vargas Llosa), dentre outros.
Lacroix foi me conquistando pela importância e atualidade do tema. O livro trata de um contradição da nossa época: ao mesmo tempo em que buscamos colocar mais emoção em tudo que fazemos, paradoxalmente, estamos nos tornando cada vez mais insensíveis. Fala da emoção-choque que sai em busca de mais e mais adrenalina: filmes violentos, esportes radicais, músicas agressivas, visual agressivo, em contraposição à emoção-contemplação ou emoção-sentimento. A primeira se caracteriza pelo grito. a segunda pelo suspiro. A primeira se dá num golpe. a segunda é calmamente saboreada. "A emoção-choque constitui o encanto da vida frenética, mas pouco profunda". A emoção-contemplação contitui uma porta de entrada para as profundezas do eu, transforma a pessoa, enriquece sua alma. Há uma valorização excessiva de emoções-choque e um déficit de emoção-sentimento. Os impactos repetidos colocam o sujeito num estado de dopagem e embotam a sensibilidade. É a "síndrome da perda da sensibilidade" que leva à falta de atenção, à predominância de emoções negativas, à alienação, ao empobrecimento da vida interior, da subjetividade.
Como proposta para educar nossa sensibilidade adoecida, propõe a corrente de uma emoção contemplativa a partir da disponibilidade e da admiração.
Por disponibilidade entende adotar uma atitude de acolhimento diante dos seres e das coisas. Abrir-se para a experiência externa, o que impediria o homem de se encerrar em si mesmo.
Por admiração entende nossa capacidade de nos fazer vibrar por algo mais elevado, um objeto que está fora e acima de nós. A "admiração compartilhada" une os indivíduos e reforça o vínculo social e espiritual.
Um dos maiores desafios da nossa época é, portanto, educar nosa sensibilidade e aprender a diferenciar as emoções que nos degradam daquelas que nos elevam. Recuperar nossa capacidade de vibrar diante do que é natural e belo. Enfim, despertar o poeta que dormita dentro de cada um de nós.
Essa é uma leitura que provoca um longo suspiro ao final.
2.1.07
Ano Novo, Blog Novo
Então, 2007 começa com uma novidade. Acabo de entrar para o mundo do blog. Claro, graças a uma mãozinha (!) do Rafa, sempre atento para nos deixar atualizados no mundo da internet. A postagem anterior foi só um ensaio para ver se tudo estava funcionando direitinho. Então ajustados todos os parafusos, e lubrificadas todas as engrenagens, lá vamos nós, rumo ao futuro, a bordo de um blog. Bem-vindos todos a bordo.
Para começar, aproveitando o ensejo da data, quando só se fala em felicidade, um poema de Mario Quintana:
DA FELICIDADE
Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda a parte, os óculos procura,
Tendo-os na ponta do nariz!
QUE EM 2007 NÃO PERCAMOS DE VISTA NOSSOS ÓCULOS! QUE ELE (O ANO, NÃO OS ÓCULOS) SEJA REPLETO DE BOAS E ENERGIZANTES LEITURAS.
Para começar, aproveitando o ensejo da data, quando só se fala em felicidade, um poema de Mario Quintana:
DA FELICIDADE
Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda a parte, os óculos procura,
Tendo-os na ponta do nariz!
QUE EM 2007 NÃO PERCAMOS DE VISTA NOSSOS ÓCULOS! QUE ELE (O ANO, NÃO OS ÓCULOS) SEJA REPLETO DE BOAS E ENERGIZANTES LEITURAS.
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