14.9.07

O MONSTRO QUE NOS PERSEGUE

Há muito que esta questão está me incomodando.
Vou ao Correio e lá está ela. Entro na fila do Banco e ela continua sua perseguição. Vou ao super mercado da cooperativa com espaço para um lanche e dou de cara com ela. No consultório do cardiologista ela me espera com a pior das programações. Chego no laboratório para realizar exames e, outra vez, sou recepcionada por ela.

Há poucas semanas, acompanhando um familiar em hospital, o bombardeio foi insuportável. Havia várias salas de espera, algumas com mais de um aparelho, exibindo programas diferentes. Observei as pessoas e bem poucas prestavam atenção ao que passava na tela.Uns tentavam ler seu jornal ou sua revista, como eu, outros tentavam conversar, outros cochilavam.

Comecei a caminhar de um espaço para outro a procura de um lugar, onde pudesse ler em silêncio. Perguntei às enfermeiras se havia um cantinho sem TV, naquele enorme hospital e a resposta foi negativa.

Existe uma ditadura, uma imposição da TV às pessoas. E o pior é que sempre está ligada no mesmo canal, aquele que detém o monopólio de tudo e que fica fazendo auto elogio e a publicidade de sua programação o tempo todo. A insistência do "assista, assista, não perca..." é extremamente estressante. E dá-lhe novela e mais novela (gritaria total) e filmezinhos repetidos centenas de vezes, mas sempre "inéditos".

O aparelho de TV em alguns lugares até poderia ser interessante, contanto que a programação fosse um pouco mais inteligente. Um DVD de música, um documentário sobre a natureza, uma entrevista sobre assunto de interesse geral como saúde, qualidade de vida, literatura etc.
E se houvesse mais de um espaço, se poderia oferecer opções diferentes para cada espaço e não sitonizar todas no mesmo e saturado canal com sua repetitiva programação.
Na verdade isso desmerece a inteligência das pessoas e não contribui em nada para melhorar o nível cultural da nossa população. É preciso deixar espaço para as pessoas arejarem o cérebro. Quando estão em casa, já entregam a maior parte do seu tempo à TV. Mas não é necessário sermos obrigados a entregar cada minuto de nosso dia ao domínio deste monstro.