29.10.07

O pintor que escrevia


Há tempos não lia um romance tão envolvente. Esse é daquelas leituras que você não consegue parar antes do final. A autora Cecília Wierschcovich (ai,ai,ai... não tenho onde conferir se coloquei todas as consoantes no lugar certo...) é a mesma de A casa das Sete Mulheres. Gaúcha, por sinal. E, vejam, não saí atrás dele. Chegou-me em casa pelas mãos de uma amiga que suspeitou que eu gostaria de lê-lo. Valeu, Nairana!

Após mais de 20 anos da morte (suicídio) do pintor Marco Belluci, sua esposa, Amapola, procura um marchand para avaliar as telas deixadas por ele, intocadas em caixas no sótão da casa.

Ao dar à luz cada uma das telas, o marchand faz a grande descoberta: atrás de cada óleo sobre tela, o artista escreve os capítulos de sua trágica história. Sua infância na Itália; sua vinda para o Brasil; sua paixão por Amapola; a perversa influência de Antônia, a sogra, na vida dos dois, até o dia do suicídio.

Ao final uma revelação jamais suspeitada pelo leitor, para entender tamanha angústia de Marco Belluci, a ponto de levá-lo ao suicídio.

A linguagem, as personagens, a atmosfera, o cenário, tudo muito mágico e misterioso. Uma história sensacional, como poucas.